Angelo Pio Buonafina

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Angelo Pio Buonafina https://institutotouche.org.br/wp-content/themes/fildisi/images/empty/thumbnail.jpg 150 150 Redação Redação https://secure.gravatar.com/avatar/a9c82484ddc8f7aed43e31b2178c0d99?s=96&d=mm&r=g

Angelo Pio Buonafina

Tornou-se Mestre de Esgrima durante o período em que servia ao exército Italiano logo após o término da Segunda Guerra Mundial. Iniciou a carreira como esgrimista em 1935, com 10 anos, em Brindisi (Puglia – Itália) e com apenas 13 anos tornou-se o mais jovem esgrimista a participar do Campeonato Nacional Italiano com grande destaque. Aprimorou sua técnica na Società del Giardino di Milano, clube exclusivamente de Esgrima conhecido mundialmente até hoje pela formação de campeões Mundiais e Olímpicos.

Chegou ao Brasil em agosto de 1949. Graças a uma reportagem no jornal A Gazeta Esportiva, logo após a sua chegada a São Paulo, foi levado por um sócio ao Clube Floresta, hoje Clube Espéria, onde ministrou aulas a um dos maiores esgrimistas do Brasil, Ferdinando Alessandri, além de outros notáveis campeões da época, promovendo também a formação de novos atletas que se tornariam os novos destaques da esgrima paulista e brasileira. Teve rápidas passagens por clubes como o Nosso Clube de Vila Galvão e Circolo Italiano, onde criou o Departamento de Esgrima, além do Clube Athletico Paulistano. Em março de 1955, convidado por Francisco Lotufo Filho, então Diretor de Esportes, ingressou no Esporte Clube Pinheiros para comandar o Departamento de Esgrima, na época embrionário. Participou como observador, das Olimpíadas de Roma, em 1960.

As instalações eram precárias e ocupavam uma parte de um grande barracão que separava a piscina da pista de atletismo, quase onde hoje é a primeira entrada do estacionamento. Com o primeiro Diretor do Departamento de Esgrima, João Gasparini e com a vontade e a dedicação de transmitir seus conhecimentos, logo o “Mestre” viu surgir o Pinheiros no cenário deste esporte. As salas de treinamento foram mudando de lugar, passando pela sala que tinha uma lateral de vidro de um lado e o outro margeava a rua Tucumã, onde hoje é a parte do restaurante mais próxima da pista de atletismo, com apenas uma pista de treinamento; depois um amplo salão, já com três pistas de treinamento, entre o judô e a yoga em frente ao campo de treino do futebol. No seu auge como Técnico de Esgrima, tendo como Diretor do Departamento Humberto Calabrez, foi instalada no Centro Esportivo a mais ampla e, na época, a mais moderna sala de armas da América do Sul, um salão de 600 m2 com sete pistas de treinamento.

E foi neste cenário, em 35 anos de total abnegação e amor ao Esporte Clube Pinheiros, que Buonafina formou uma plêiade dos melhores esgrimistas nacionais que representaram e representam até hoje o Pinheiros no Brasil e no Mundo, entre eles destacam-se os atletas beneméritos: Humberto Calabrez Filho, Yara Coelho, Francisco Itálico Buonafina, Marcia da Silva Leonelli, Eloisa Brasil de Moraes e Roberto Lazzarini além de Frederico José Barreira de Alencar, todos vencedores de vários campeonatos Sul-Americanos, medalhistas em Pan-Americanos, e participantes de Mundiais e Olimpíadas.

Angelo Pio Buonafina é o Mestre mais premiado do Brasil, não só pela sua técnica, mas também pelo seu caráter e princípios morais que com certeza ajudaram a formar não somente atletas, mas cidadãos corretos e vencedores em diversas atividades. Foi convocado inúmeras vezes para ser o técnico da Equipe Brasileira de Esgrima, porém nunca aceitou, pois preferia dedicar-se aos seus jovens atletas em formação para que o Clube pudesse sempre estar muito bem representado em todos os campeonatos durante várias gerações. Tornou-se sócio do clube e foi conselheiro de 1993 até 1998 quando voltou para a Itália, onde foi rever a família, amigos e os lugares onde viveu parte da sua juventude. Retornou em Janeiro de 2010 para sua pátria adotiva, e principalmente para o seu amado Esporte Clube Pinheiros.

Fonte: BUONAFINA, Angelo Pio: Con La Penna e Con La Spada, As histórias do Mestre Angelo Pio Buonafina, São Paulo: Scortecci Editora, 2012