História da Esgrima
História da Esgrima https://institutotouche.org.br/wp-content/themes/fildisi/images/empty/thumbnail.jpg 150 150 Redação https://secure.gravatar.com/avatar/a9c82484ddc8f7aed43e31b2178c0d99?s=96&d=mm&r=gDefinições A esgrima é um esporte olímpico em que duas pessoas de diferentes pesos, altura ou idade se enfrentam diretamente com iguais chances de vitória. Trata-se, em síntese, da arte de jogar com armas brancas através da utilização de movimentos coordenados. E também a arte marcial mais antiga do Ocidente, cuja versão esportiva moderna põe três armas em competição: florete, espada e sabre. O florete tem um peso máximo de 500 g e sua extensão não pode exceder 110 cm. A lâmina é de aço e pode chegar a 90 cm. O floretista deve tentar atingir, com a ponta da arma, o tronco do adversário. A espada já permite que a parte tocada seja todo o corpo do adversário, também com a ponta da arma. O peso máximo da espada é de 770 g. A extensão é a mesma do florete, isto é, máxima de 110 cm e lâmina de 90 cm. A lâmina também é de aço. O sabre é menor, o máximo de extensão é de 105 cm. A lâmina é de aco, sua extensão é de até 88 cm. O peso tem de ser inferior a 500 g. O atirador deve tentar atingir o corpo do adversário, da cintura para cima, com qualquer parte da lâmina. A principal condição para esgrimir corretamente é tocar o adversário sem ser tocado, através de movimentos ordenados.
Origens A esgrima começou como uma forma de combate bem antes de Cristo. Alto-relevos no templo de Madinet-Habu próximo a Luxor, no Egito, que datam de aproximadamente 1190 a.C. mostram esgrimistas competindo. Muitas outras antigas civilizações como as da China, Japão, Pérsia, Babilónia e Grécia praticaram a luta de espada como forma de treinamento para combate. A esgrima como esporte iniciou-se no século XIV ou XV na Itália ou na Alemanha (ambos reivindicam para si a origem do esporte). Os mestres de esgrima alemães organizaram as primeiras associações no século XV, especialmente, a Marxbruder de Frankfurt em 1480. Em 1570 Henri Saint-Didier da França deu nomes aos movimentos e golpes mais importantes. A maior parte daquela nomenclatura ainda é usada. Do século XVI ao XVIII lutas de espada e duelos eram comuns. Os participantes destes duelos usavam uma variedade de armas incluindo espadas de madeira, espadas de uma só lâmina e varas com ferro nas pontas, As lutas eram frequentemente sangrentas e algumas vezes fatais. Três inovações do século XVII fizeram da esgrima um esporte popular: (i) o desenvolvimento de uma arma para a prática leve, com uma ponta achatada ou folheada, acolchoada para reduzir r isco de ferimentos: o florete (ii) o desenvolvimento de um conjunto de regras que limitava o alvo para certas áreas do cor po; e (iii) a criação de uma máscara de malha de ferro que protegia o rosto e fazia da esgrima uma atividade segura.
A luta de espada existe desde o antigo Egito. E desde então tem sicj0 praticada de várias maneiras e por diferentes culturas. Embora os torneios e combates de espada tenham sido um protótipo de esporte popular na Europa da Idade Média, a esgrima moderna foi influenciada mais pelos duelos realizados a partir do século XVI, do que pelos combates militares e torneios (justas) praticados pelos cavaleiros medievais. O termo “esgrima” vem de escrime ou escrima, originado da palavra germânica “skirmjan”. A partir do século XVIII, a espada evoluiu para um formato mais simples, curto e leve, que se popularizou na França como “Espada de Côrte” ou “Espada pequena”. Embora essa espada possuísse fio, este era mais usado para impedir que o adversário agarrasse a lâmina com as mãos; os golpes eram dados, quase em sua totalidade, de ponta. A leveza da arma foi um dos fatores que ajudou no surgimento de um estilo defensivo mais complexo. Mestres franceses desenvolveram uma escola baseada na sutileza do movimento, contra-tempos e nos ataques compostos. Em consequência, a Escola Francesa é a base da maioria das teorias da esgrima moderna, desde que, juntamente com a Itália, escrevia e estudava as técnicas do manejo das armas. A partir da metade do século XIX o duelo, como meio de resolver disputas pessoais entra em declínio, principalmente porque a vitória poderia conduzir o duelista à prisão e às penas da lei. A ênfase nos duelos é deslocada para se derrotar o oponente sem necessariamente matá- lo. As formas de duelos menos fatais evoluíram usando a espada de duelo. Esta é a base da Espada moderna. Os duelos praticamente desapareceram após a Primeira Guerra Mundial. Mas há registros de duelos realizados para resolver disputas levantadas durante a Olimpíada de 1920, em Antuérpia.
Em perspectiva histórica, a esgrima passou por três períodos bem demarcados em seu trajeto de arte marcial transformando-se também em um esporte. O período antigo caracteriza-se por uma esgrima de impacto, causado pelo choque de pesadas espadas nos oponentes, levava-os primeiro ao chão para depois matá-los. O período moderno foi marcado pelo desenvolvimento da técnica, por regras escritas e rituais de jogo justo. O desenvolvimento da proteção da face, a máscara, marca o período contemporâneo que permanece até os dias presentes. Neste último estágio, a introdução de equipamento elétrico, e mais tarde eletrónico, provocou importante mudança na maneira de se julgar e jogar esgrima. Recentemente essas mudanças foram notadas no sabre. Em retrospecto, as armas utilizadas na esgrima são três nas quais um esgrimista joga apenas uma delas, e que definem a sua vez por meio de regras e competições específicas. Em um campeonato, em primeiro lugar os participantes são divididos em grupos de 5, 6 ou 7 esgrimistas chamados de Pule (escolhidos através do ranking), em seguida os esgrimistas de cada grupo combatem entre si (tem combates que vão até cinco pontos). Ao término, há uma classificação após o Turno de Pules que seleciona para as chaves eliminatórias (em combates que vão a quinze pontos) até que se chegue ao campeão. No Brasil, a esgrima origina-se de tradições militares que remontam ao início do século XIX, quando era uma disciplina formativa de oficiais do Exército e da Marinha de Guerra. Do mesmo modo que aconteceu com o tiro e o hipismo, a esgrima já era considerada um esporte na segunda metade do século XIX e como tal praticado também por civis.
Segunda metade do século XIX No Brasil, práticas esportivas de esgrima são registradas no Clube Naval do Rio de Janeiro, em clubes de São Luís do Maranhão e clubes de imigrantes alemães do Rio Grande do Sul, além de instituições militares. Esta distribuição geográfica e a variedade de praticantes sugerem que a esgrima era uma das opções esportivas do país, embora não popular. No Exército, o grupo de elite da esgrima situava-se na Escola Militar da Praia Vermelha, no Rio de Janeiro.
1896 Realização dos Jogos Olímpicos de Atenas, primeira versão deste acontecimento esportivo restaurados na Era Moderna. À frente da iniciativa estava o Barão Pierre de Coubertin, ele próprio um praticante de esgrima. A esgrima foi incluída no Programa dos primeiros Jogos, sendo na ocasião competida entre 4 países e 13 atiradores. As armas foram florete e sabre para homens; a espada foi introduzida nos Jogos de 1900, em Paris. A espada elétrica foi introduzida nos Jogos Olímpicos de Berlim-1936, o florete em
Melbourne-1956 e o sabre em Seul-1988. Desde as primeiras Olimpíadas do século XX, a esgrima era o único esporte olímpico que incluía livremente atletas profissionais, situação que se generalizou no Início dos anos de 1980 por decisão do Comité Olímpico Internacional-COI.
1898 Imigram para São Paulo-SP, três esgrimistas italianos: Giuseppe Salermo, Giasintho Sanche e Massanielo Parisi, que se radicaram na cidade como mestres professores na arte de esgrimir.
Décadas de 1900 e 1910 Nestes anos, viagens de oficiais do Exército à Europa e Argentina como também a visita do campeão francês Lucien de Merignac contribuíram para desenvolver a esgrima no Brasil. Uma Sala D’Armas civil foi criada no clube Boqueirão do Passeio-RJ, cujo encarregado era o Mestre José Ferreira da Costa.
1902 O Primeiro Tenente Pedro Dias de Campos da Força Pública do Estado de São Paulo – um dos alunos dos mestres italianos chegados em 1898 – instala em 14 de julho, numa sala do Quartel da Luz-SP, a Escola de Espada, Sabre e Florete, que passou a formar esgrimistas daquela instituição policial militar e do meio universitário da cidade de SP.
1910 Criação do “Curso de Esgrima e Gymnastica” da Força Pública do Estado de São Paulo, no Quartel da Luz-SP (inaugurado em 9 de março), tendo inicialmente como comandante e diretor o Capitão Delphin Balancier, da Missão Militar Francesa. Em 25 de março de 1912, quando chegou da França, o Capitão Louis Lemaitre, diplomado pela Escola de Joinville-le-Pont, assumiu a direção do Curso de Ginástica, e o Capitão Delphin Balancier dedicou-se somente ao Curso de Esgrima. Nestas circunstâncias, estava assim criada a primeira Escola de Educação Física de Brasil, com ambos os cursos recebendo alunos militares e civis.
- Criação da Federação Internacional de Esgrima-FIE, entidade maior de administração deste esporte em escala mundial, reunindo federações nacionais da modalidade que vinham sendo criadas desde 1906. De início, a FIE deu forma a um regulamento internacional para as provas, permitindo uma expansão contínua alcançando com a adesão da República do Congo em 2003, 114 países filiados. Em termos históricos, contudo, já no século XVI havia na França uma associação normativa da esgrima que reunia Mestres d’Armas e tinha a denominação de “Academia d’Armas”. Na atualidade, a FIE promove todos os anos o Campeonato Mundial de Esgrima, com exceção dos anos Olímpicos, que acontecem a cada quatro anos.
- No Brasil, constitui-se a União Paulista de Esgrima, núcleo da atual Federação Paulista de Esgrima que assumiu esta denominação em 5 de junho de 1925.
1924 Este ano marca a inclusão das mulheres na competição de esgrima dos Jogos Olímpicos, com o florete, e somente em 1996, com a espada. O sabre feminino tem feito sua primeira aparição nos campeonatos mundiais a partir de 1998, como demonstração.
1927 (05/06) Data da fundação da União Brasileira de Esgrima, antecessora da atual Confederação Brasileira de Esgrima-CBE, a qual consolidou a participação de entidades e atiradores civis em eventos da modalidade no país, como também serviu inicialmente de apoio aos militares no necessário intercâmbio internacional. A nova entidade surgiu com o suporte dado pela então já existente Federação Paulista de Esgrima e alguns clubes do Rio de Janeiro. 1928 O primeiro campeonato brasileiro foi realizado neste ano. nas armas de florete, espada e sabre somente masculino categoria livre. Neste período, a esgrima tinha a maioria de seus praticantes nos estados do RJ e SP 1930 Organização de uma competição oficial de esgrima no Rio Grande do Sul, confirmando a existência de uma tradição da modalidade naquele estado. 1933 Criação do curso de Mestres D’Armas na Escola de Educação Física do Exército-EsEFEx, situada no Rio de Janeiro, bairro da Urca. Nos dias atuais este curso ainda se faz presente, pertencendo ao complexo do Centro de Capacitação Física do Exército, que incorpora a EsEFEx. De 1933 até 2002, foram formados neste curso 134 Mestres D’Armas. 89 do Exército, 7 das Polícias Militares, 17 de países latino-americanos e 21 civis. 1941 Fundação da Federação Riograndense de Esgrima-FRGE, em Porto Alegre-RS. 2001 O Atleta do Club Athletico Paulistano Renzo Pasquale Zeglio Agresta conquista a medalha de ouro pan-americana em três categorias distintas, fato inédito para esgrima do país: Campeão Pan-Americano Adulto Individual de Sabre; Campeão Pan-Americano Juvenil (até 20 anos) Individual de Sabre; Campeão Pan-Americano Cadetes (até 17 anos) Individual de Sabre. 2002 Este ano marca o início da esgrima brasileira corno esporte adaptado a portadores de deficiência física: a Associação Brasileira de Esportes de Cadeiras de Roda -ABRADECAR instituiu um coordenador para gerenciar as ações da esgrima em cadeira de rodas no âmbito dos esportes atendidos por esta entidade. Este passo foi fundamental para a modalidade, pois, até então, não existia um órgão institucional que respondesse e gerenciasse as ações da esgrima adaptada no país. Ainda com o apoio da ABRADECAR, em 2002 foi indicado de modo inédito, um Mestre D’armas para acompanhar a atleta Andréa de Mello no Wheelchair Fencrng World Cup, em Austin EUA. 2003 Torneios Nacionais: Campeonato Brasileiro de Espada – 15/11/03, dependências do Grêmio Náutico União, Cidade de Porto Alegre. Campeonatos Brasileiros Cadetes e Juvenil – 18 a 21/09/ 03, Ginásio do Esporte Clube Pinheiros, São Paulo. Taça Nacional Cidade de Curitiba – 30/08/03, Curitiba.
2003 – de 11 clubes e associações brasileiras: Grêmio Náu 33 atletas 2003 Taça Nacional Cidade de Curitiba Ao todo foram EC Banespa (1), CA Paulistano (4), EC Pin ‘ heiros (3()1,)CsolVi idade Vco União (2), (4), CDE (4), AABB (5), APPES (7), Col. Tiradentes (1). Ivlineira de Esgrima (3) e CBPM (1).
hoje aproximadamente 5.000 praticantes de esgrima n pela CBE, existem ida Situação atual Segundo informação fornecida no país, dos oficial de provas nacionais e, mais da metade, das provas calendário quais cerca de 30% são competidores e participam Há também quatro federações estaduais filiadas à CBvaE7SesP:taRctlaihs# e MG, entre as quais se destaca a de SP pelo domínio nas competições nacionais. Estas entidades têm um número de atletas registrados na CBE, que oscila em torno de 900 nos últimosO anos do Por sua vez, os clubes que se inscrevem nas comp. calendário da CBE oscilam entre totais de 20 a 30 es eti CBE considera as seguintes categorias de idade para competições: A Infantil até 9 anos; Infantil 10 e 11 anos; Infantil 12 e 13 anos; Cadetes 14 e 15 anos; Cadetes 16 e 17 anos; Juvenis até 20 anos; Adultos (maiores de 20 anos); e Veteranos (mais de 40/50/60 anos). Oficialmente, a cada ano, existem 5 provas nacionais válidas para o Ranking Oficial da CBE. Uma delas é o Campeonato Brasileiro. Cada prova é realizada nas capitais; Porto Alegre, Curitiba, São Paulo e Rio de Janeiro; uma delas, em rodízio, realiza também o Campeonato Brasileiro. Quanto à participação no esporte, a prática de esgrima no Brasil encontra-se ainda limitada às grandes cidades como São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Porto Alegre, Curitiba, Belo Horizonte, Salvador, Campinas e Santos. Com exceção de São Paulo, que mantém funcionando no Ginásio do lbirapuera uma sala pública de esgrima desde 1997, a prática deste esporte acontece, na maioria das vezes, em clubes, dificultando ainda mais o acesso por parte do grande público. Um outro problema é a demanda de profissionais de Educação Física especialistas em esgrima atuando no ensino deste esporte no Brasil: há apenas 25 profissionais com a titulação de Mestres D’Armas em atividade no país e concentrados na sua maioria nas grandes cidades antes citadas. Estas limitações incluem a disponibilidade de equipamento: segundo informação d principais expoentes isnaxpo onCte0s da em 2001 havia apenas 25 locais apropriados para competição de esgrima no país. No plano internacioitapl,coms esgrima são França, Itália, Hungi hl, Polónia, Alemanha, Rússia, Cuba, Canadá e China. O caso de Cuba é sintomático para com o Brasil; naquelepaIsfoffnam-se 30 Mestres por (EsgrimeIm ernationale, 2003), número superior ao total destes especialistas de nacionalidade brasileira dativFire. Entretanto, o Brasil tem demonstrado prestígio no âmbito em pois tem mantido em seu Comitê Executivo o presid mbit0 ente da Ca BE, Arguir Cramer.
A esgrima brasileira, depois dos Jogos Olímpicos de e em seu desenvolvimento, %Iene., -ui Seul-1 giqo salto de qualidad deu um salto o de Mestres d’Armas. Tal inicia criada a Escola de Formaçã . . ativa açao Brasileira de Esgrima foi patro • liderada pela ConfederPatrocinada Ia Federação Internacional de Esgrima e se concretizou nas dependências da Escola de Educação Física do Exército, atual Centro de Capacitação Física do Exército no Rio de Janeiro, que forma, a cada 2 anos, professores de esgrima especializados na formação de futuros esgrimistas e atletas. Em adição a este meio de formação, houve surgimento de um Curso de Mestre d’Armas realizado pela Escola de Educação Física da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, também diplomando novos formadores de esgrimistas. Os trabalho dos mestres d’armas formados pelos cursos nacionais, juntamente com alguns estrangeiros que aqui no Brasil trabalham com esgrima, começaram a obter resultados expressivos no âmbito internacional. O Brasil já conta com uma atleta Vice-campeã Mundial de Sabre Feminino Cadete até 17 anos (Élora Pátaro, treinada pelo Professor Alkhas Lakerbai).
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Fonte: Atlas do Esporte – Edição 2005 – Reescrito através de Inteligência Artificial