Relatório de competição enviado após mudanças na gestão da equipe em 2013
Relatório de competição enviado após mudanças na gestão da equipe em 2013 https://institutotouche.org.br/wp-content/themes/fildisi/images/empty/thumbnail.jpg 150 150 Redação https://secure.gravatar.com/avatar/a9c82484ddc8f7aed43e31b2178c0d99?s=96&d=mm&r=gRelatório de competição Mundial Budapeste
Relatório de competição Mundial Budapeste
Hotel: O suficiente, cama boa e chuveiro bom
Transporte: O sufiente, havia ônibus que cumpria o horário de ida e volta para o local da competição.
Alimentação: Nos dias que éramos obrigados a comer no hotel, a alimentação era ruim e cara. Quando comemos fora do hotel a comida era boa e barata.
Organização e estrutura da competição: Perfeita em todos os sentidos.
Meu resultado: Péssimo, não consegui aplicar o que estava treinando no clube e no torneio nacional, tudo estava fora de tempo e distânica, quando acertava estes dois eu errava a ponta, repeti o mundial passado em termos de resultado mas poderia ter ido muito mais além se tivesse conseguido aplicar o que eu treinei. Fiquei mais triste pelo meu jogo do que pelo resultado, apesar de este último ter ficado abaixo das minhas expectativas. Dois dias antes da prova eu “bati” nos treinos no russo que ficou entre os 8 e no russo que ficou com o bronze.
Tivemos o pior resultado dos mundiais que participei na competição por equipes, não acertamos nada, não sei dizer o que ocorreu. O máximo que consigo achar de erro é que nos jogamos ao ataque quando ficamos atrás no placar.
Observações gerais:
– Sugiro que reuniões pesadas como foi a primeira reunião onde se disse as novas da Cbe sejam feitas ou bem antes de uma competição importante ou depois dela, não acho que se crie o melhor ambiente fazendo uma reunião no molde que foi 1 ou 2 dias antes de uma competição importante como o mundial.
– Ao contrário do que se disse na primeira reunião, tenho convicção que as equipes de Florete Masculino, Espada Feminina e Sabre Masculino do Brasil sejam mais unidas que a média das equipes da Itália.
– O acidente que ocorreu com a Cléia foi lastimável e merece uma revisão nos procedimentos da Cbe e atletas com relação ao “conhecimento do local” quando chegamos em uma cidade nova. Assim como na Rússia, onde o povo local pede para ter cuidado com os russos em determinadas regiões, e evitando estas regiões não temos problema algum para sair em qualquer horário do dia ou da noite, temos que perguntar isto para o povo local em qualquer cidade nova que chegamos. O médico Gustavo encontrou um grupo com as mesmas características dos infratores que abordaram a Cléia um dia antes no estádio de futebol ao lado da competição.
– O Gustavo é muito abaixo tecnicamente do Bernadino e da médica dos cadeirantes. Seguem alguns exemplos:
No avião, na ida para o mundial, falei para ele que estava com a entorse no tornozelo, ele sem encostar no meu pé, perguntou o que tinha feito e me deu um aparelho chamado Tranix e pediu para eu utilizar com o botão H ligado, fiz as sessões que ele pediu no vôo de ida para o mundial além das sessões de gelo, no dia seguinte meu pé estava doendo muito mais comparado à quando sai do Brasil, liguei para o fisioterapeuta do Pinheiros e ele me falou que o Tranix não tem função de anti-inflamatório e que servia apenas para limitar a dor, falou que no meu caso era aconselhável utilizar com o botão L ligado, utilizei do modo que o fisio mandou e a dor voltou a ficar como estava.
Um dia antes da competição eu perguntei para ele o que era melhor eu fazer no meu pé no dia da competição, ele falou que faria uma kinesio, fui ao quarto dele no começo da noite e ele fez a kinesio no meu tornozelo, no mesmo dia a noite a kinesio caiu. Entretanto não podemos desmerecer o Gustavo no quesito solícito, a todo momento ele estava a disposição de todos, no meu caso utilizei ele para o spray de gelo no tornozelo após os jogos.
– Precisei da ajuda da médica dos cadeirantes e da Silvia durante a competição, a primeira me ajudou a entender o porque de meu pé não ter desinchando e a Silvia fez uma bota de esparadrapo para eu jogar a prova sem dor.
– Na minha empresa eu costumo ter melhores resultados dos funcionários quando crio pressão mas em um ambiente agradável, a minha impressão é que tivemos pressão (o que considero bom) mas em um ambiente péssimo, para falar a verdade fazia bastante tempo que eu não via um ambiente tão pesado em competições, talvez tenha sido impressão minha.
– A todo momento que eu cheguei próximo de algum não atleta da equipe brasileira eu ouvia alguém falando mal de algum brasileiro jogando, ouvi reclamações do jogo de pernas da Élora, da Rayssa nas equipes, da Tais nas equipes, que ciclano perdeu a confiança, etc… Tenho a impressão que assim não se crie um melhor ambiente para o melhor resultado dos atletas. Particularmente prefiro quando após o jogo temos uma conversa com cada atleta tentando encontrar o que errou e no que precisa treinar mais.
– A minha impressão é que todos da delegação tiveram os resultados esperados ou abaixo do esperado, normalmente quando temos uma delegação grande, cerca de 2 ou 3 atletas ultrapassam as expectativas, nisto esta competição foi diferente.
– Apesar de respeitar o novo critério de escolha dos atletas que compõe as equipes nacionais, gostaria de apresentar aqui meus argumentos e exemplos históricos contra o método de escolha subjetiva apresentado para os terceiros e quartos colocados do ranking nacional.
- Em todos estes anos de esgrima, a única exceção que ví ter melhores resultados a curto, médio e longo prazo com critérios subjetivos foi o Cerioni da Itália, em todos os outros casos que acompanhei mais de perto eu só ví ações prejudiciais aos melhores resultados de curto, médio e longo prazo.
- O Bauer (técnico da equipe da Rússia) escreveu um artigo no jornal escrevendo que a Rússia só tinha dois atletas talentosos no sabre masculino, o campeão mundial deste ano não era um dos dois nomes e foi treinar longe da equipe nacional. Segundo o Alkhas o campeão mundial de 2013 só foi para o mundial porque estava entre os dois primeiros do ranking russo, caso estivesse em terceiro (onde a escolha é subjetiva) não iria ao mundial.
- A equipe de florete masculino inteira da Rússia conta que antes do Cerioni todas as escolhas da equipes russas eram praticamente subjetivas/políticas.
- O Choi (medalha de bronze na olímpiada de Londres) está fora da equipe da Korea por conta do critério subjetivo/político
- Tenho certeza de que a equipe do México de florete masculino seria muito melhor hoje senão fosse toda a questão dos critérios subjetivos que sempre teve no México, nomes extremamente fortes como Ortega, De la Concha, Runco, etc… saíram da esgrima por conta de critérios subjetivos e políticos.
- A equipe de florete masculino da Venezuela é outro caso de exemplo onde historicamente o critério subjetivo/político foi mais forte que os resultados apresentados.
- A equipe de espada feminina da Itália do ciclo passado foi outra prejudicada com o critério subjetivo/político.
- O próprio Chicca viveu problema político na equipe de sabre masculino da Itália.
- O treinador polônes do El Sayed (prata olímpica em Londres) abandonou o Egito após a Olimpíada onde o comitê local escolheu o terceiro atleta da equipe de florete masculino (obs: a equipe do Egito pegou medalha em Copa do Mundo no ano da Olimpíada).
- etc… etc….
- Nos EUA (equipe que mais cresce no mundo) o único critério de escolha das equipes é ranking
- Em 2010 durante uma janta em Ravena, o Chicca defendeu que ou eu ou o Heitor deveria estar fora da equipe para ser colocado o Dornelles, o qual nunca ganhou nenhuma medalha em sequer um Torneio Nacional, o tempo mostrou qual caminho o Erick seguiu.
- O Toldo conquistou a vaga dele vindo do Juvenil sem ninguém “dar” a vaga para ele.
- Sou da linha que pensa que se o ranking não atende as necessidades atuais, que se mude a fórmula do ranking com a devida antecedência
- Enfim, na minha opinião, baseada no que ví no mundo, estamos implantando no Brasil um critério que dá errado onde é implantado e estamos na esperança de termos um critério igual à exceção da exceção que é o Cerioni, o qual segundo o Gali (técnico do Toldo) “É muito difícil substituir o Cerioni, ele é único e insubstituível”. Sou a favor de que este critério seja revisto ou ao menos “quase nunca” utilizado.
À disposição
Fernando Scavasin